Na milenar cultura chinesa, um homem precisa alcançar sua expressão artística em dois domínios contrapostos: o primeiro é o das artes tidas como “viris”, do corpo; o segundo, o das artes consideradas “leves”, do intelecto. "Mo" e "man" são os respectivos termos em chinês para tais domínios.
Anderson Maia buscou sua vocação para as artes marciais no Sistema Ving Tsun, sendo essa sua expressão “mo”. Ao mesmo tempo, ele identificou na fotografia a expressão oposta, o “man”.
Atuando em projetos sempre ligados à China e ao Sistema Ving Tsun, Anderson Maia vem consolidando seu trabalho com a fotografia. Um de seus principais ensaios intitula-se CHINA EM CONTRASTE.
A China do século XXI passa por uma revolução urbana, social e econômica. O velho dando lugar ao novo. No entanto, tal passagem não é tarefa simples para o gigante dragão asiático. Com uma cultura milenar e um território continental com mais de um bilhão de pessoas, chineses e visitantes estrangeiros acompanham, dia após dia, uma das mais impressionantes transformações da humanidade. Um contraste entre uma antiga realidade, que jamais se apagará, e uma visão futurista sem precedentes, que insiste em se estabelecer.
Anderson Maia buscou, com as 64 imagens desse ensaio, apresentar as cidades nas quais o Sistema Ving Tsun se estabeleceu ao longo de três séculos, no Sul da China (do séc. XVIII aos dias de hoje). Expostas em pares, as fotografias não se relacionam diretamente com as práticas marciais, mas, sim, ao entorno urbano e ao contexto social na China em que o círculo marcial se encontra hoje.